É claro que a pergunta nos leva, por tudo o que anda acontecendo há dois anos, a pensar em doses da vacina.
À dose que chegou trazendo esperança, veio logo a segunda, com data marcada, trazendo alívio. A terceira gerou dúvida e a possibilidade da quarta dose traz desconfiança.
Quantas doses serão necessárias para nos sentirmos seguros?
Começo a pensar se 90% de segurança já não é o bastante e que nunca conseguimos, de fato, gerir esses 10% de risco.
Da dose da cura, passo para a dose da "loucura", lembrando que o Cazuza sempre dizia que, mais uma, "claro que eu tou a fim"... e nos meus vinte e poucos anos, eu tinha uma "agenda da Tribo" com uma citação da Yoko Ono: "droga é o segundo copo de água, quando o primeiro foi suficiente para matar a sede".
Quantas doses para entrar no clima e quantas doses para esquecer - mesmo sabendo que vamos lembrar de tudo e algo mais, no dia seguinte?
Quantas horas de trabalho para o dia valer a pena? Quantos jobs para justificar o que você ganha? Quantos leads para gerar uma venda? Quantas vendas para bater uma meta?
Considerou o churn, o ROI, o CAC, o LTV?
Quantos indicadores para provar que está dando certo e até onde você vai para subir na vida?
Quanto de aumento de salário significa que você foi reconhecido de verdade? Qual o nome do cargo que representa o que você sonhou ser quando crescer?
Como você sabe que venceu na vida?
Quanta gente de Exatas precisa ter na área de Recursos Humanos para demonstrar que a Gestão de Pessoas é eficiente e traz os resultados numéricos que fazem a diferença?
É impossível não olhar para essas perguntas e lembrar dos questionamentos do Zimmermann sobre as estradas que um homem deve percorrer, a bala de canhão voar, anos a existir até se sentir livre, virar a cabeça pra fingir que não vê ou ter mais ouvidos para ouvir as pessoas chorando...
A resposta está no vendo, meu amigo?
Ou nos 525.600 minutos de Rent, divididos em amanheceres, pores do sol e copos de café?
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